O 7 setembro de 2017, será lembrado em São
Bernardino e na região, por ter uma população unida em defesa de seus cidadãos.
Com o slogan “#SomosTodosMarlene. Sim! Somos todos Marlene
a população foi as ruas para protestar contra a violência domestica em especial
a mulher.
Os organizadores do protesto emitiram nota:
Representamos Marlene e as milhares de mulheres
que sofrem agressão física, psicológica, sexual, verbal ou moral. Mulheres que
precisam de atenção, mulheres que precisam de coragem. Coragem para se impor,
coragem para denunciar, lutar pelos seus direitos.”
Com esse objetivo, com faixas e camisetas
personalizadas é que centenas de mulheres foram às ruas de São Bernardino na
manhã de hoje (07). O ato foi iniciativa de um grupo de mulheres da cidade que
mobilizou a população para manifestar a indignação referente ao Caso Marlene.
Também contou com apoio de homens e autoridades municipais.
A manifestação nas ruas foi hoje, após o
desfile cívico organizado pela administração municipal de São Bernardino. Mas o
caso já está repercutindo nas redes sociais desde a segunda-feira (04) com a
hashtag #SomosTodosMarlene.
Entenda o caso
Elvira Marlene Kuntzler Dal Piva, de 46 anos,
mãe de quatro filhos, foi brutalmente assassinada na noite de sábado, dia 02 de
setembro. Segundo o laudo do IML Marlene apresentou ferimentos na cabeça e
lesões no pescoço indicando estrangulamento.
O principal suspeito do crime, ex marido da
vítima, Genuir Dal Piva, se apresentou na segunda-feira 04, na delegacia da
Comarca de Campo Erê, acompanhado de seu advogado e foi liberado assim que
prestou depoimento. Ele alegou ter matado a ex companheira em legítima defesa.
E é por estar respondendo em liberdade que a
população de São Bernardino se revoltou. Pois segundo populares, Dona Marlene
sempre foi uma mulher honesta e trabalhadora. Além disso, vizinhos, amigos
próximos podem afirmar que ela sempre sofreu violência doméstica. As brigas do
casal eram freqüentes.
Segundo o delegado Jhon Edy Lamb, a policia
mantém os detalhes do crime sob sigilo, até que o processo que foi instaurado
seja concluído. Antes de se manifestar oficialmente sobre o caso, Jhon aguarda
também o levantamento do local do crime e o laudo cadavérico, para que com os
depoimentos, tanto do suspeito quanto das testemunhas, se possa ter a posição
final de como aconteceu o crime.
Violência
doméstica
Segundo dados levantados por uma das
idealizadoras do grupo, Graciela Nienov, uma em cada três mulheres sofreram
algum tipo de violência no último ano. Só de agressões físicas, o número é
alarmante: 503 mulheres brasileiras vítimas a cada hora. Esses números, que
mostram o persistente problema da violência contra as mulheres no Brasil, fazem
parte de uma pesquisa feita pelo Datafolha e encomendada pelo Fórum Brasileiro
de Segurança.
Os dados, divulgados recentemente mostram que
22% das brasileiras sofreram ofensa verbal no ano passado, um total de 12
milhões de mulheres. Além disso, 10% das mulheres sofreram ameaça de violência
física, 8% sofreram ofensa sexual, 4% receberam ameaça com faca ou arma de
fogo. E ainda: 3% ou 1,4 milhões de mulheres sofreram espancamento ou tentativa
de estrangulamento e 1% levou pelo menos um tiro.
A pesquisa mostrou que, entre as mulheres que
sofreram violência, 52% se calaram. Apenas 11% procuraram uma delegacia da
mulher e 13% preferiram o auxílio da família.
E o agressor, na maior parte das vezes, é um
conhecido (61% dos casos). Em 19% das vezes, eram companheiros atuais das
vítimas e em 16% eram ex-companheiros.
As agressões mais graves ocorreram dentro da
casa das vítimas, em 43% dos casos, ante 39% nas ruas.
Fonte: campoere_1.com/Dieila Zanetti