Saúde - 20 de Outubro de 2017 - 16h20

“Doutora, o fungo da minha unha não melhora nunca!”

Foto: Divulgação

Você já parou para pensar que pode não ser um fungo? Existem diversas doenças que podem acometer as unhas, sendo a micose a mais comum delas, mas não a única.

Nossa unha é formada por queratina, fosfolipídeos, cálcio e outros minerais. Sua função é proteger a ponta dos dedos e auxiliar em algumas funções das mãos.

As unhas experimentam modificações normais ao longo da vida. Com o passar dos anos, a unha vai perdendo hidratação,começa a apresentar irregularidades e ficar mais frágil.

Existem diversos medicamentos e doenças sistêmicas que podem provocar alterações nas unhas. Também existem doenças específicas das unhas, como psoríase ungueal, líquen plano ungueal, tumores ungueais, descolamentos por traumas repetitivos e a síndrome das unhas frágeis.

A síndrome das unhas frágeis é uma alteração inespecífica das unhas que se caracteriza por maior fragilidade ungueal. É comum, afeta até 20% da população, sendo mais freqüente no sexo feminino. Suas causas ainda não foram completamente elucidadas, mas acredita-se que a síndrome tenha origem tanto vascular, física e traumática. A maioria dos pacientes queixa-se pelo incômodo estético, de unhas quebradiças, que lascam em cima e nas laterais, mas alguns sentem bastante dor pela diminuição da resistência ungueal.

A lâmina ungueal contém aproximadamente 10% de água, e sua capacidade de reter líquido é pequena, o que a torna mais suscetível à desidratação e aos danos mecânicos.

Um mito que vem sendo paulatinamente desmentido é o que admitia que a resistência ungueal é devida à quantidade de cálcio. Estudos comprovam que é a quantidade elevada de enxofre das unhas que contribui para que estabilizem proteínas relevantes para a resistência ungueal.

A exposição a agentes químicos (solventes, ácidos, sais, detergentes, etc.), alguns cosméticos (formaldeído, formol), fungos e traumas repetitivos (digitação) podem interferir cna resistência da lâmina ungueal e iniciar a fragilidade. Além disso, esses fatores parecem atuar de maneira cumulativa, determinando maiores alterações ungueais com a maior exposição ao longo do tempo. Outro fato a salientar é que unhas de idosos têm percentual ainda menor de lipídios, mostrando, portanto, maior suscetibilidade para unhas frágeis.

A intoxicação por arsênico reduz o crescimento ungueal, podendo originar a síndrome. Outras alterações como hipotireoidismo, hipertireoidismo, acromegalia, diabetes, gravidez, anorexia, bulimia, deficiências circulatórias e fenômeno de Raynaud reduzem a oxigenação das unhas ou sua queratinização, devendo, por isso, ser investigadas em pacientes com unhas frágeis. Uma causa freqüentemente negligenciada é o uso abusivo de removedores de esmalte, como a acetona, que promovem secagem excessiva das unhas e reduzem a resistência. Anemia, sarcoidose, infecções crônicas e policitemia vera podem reduzir a oxigenação das unhas.

Consulte seu dermatologista em caso de alteração nas unhas que não melhoram com tratamentos caseiros ou manicures/podólogas. As alterações ungueais podem ser a chave para diagnóstico de outras doenças do organismo.

Dra. Elisa Grando

Médica dermatologista e cooperada Unimed Chapecó

Fonte: MB Comunicação

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