A Polícia Civil, através da Diretoria Estadual de
Investigações Criminais (DEIC), realizou na manhã desta sexta-feira (2) a
Operação Curto Circuito com o objetivo de cumprir três mandados de prisão
temporária e 20 de busca e apreensão além de solicitar o bloqueio de ativos
financeiros das pessoas naturais e jurídicas investigadas.
A operação também solicitou o sequestro e indisponibilidade
de 23 veículos, dentre eles, uma Lamborguini, um Camaro e um Land Rover, 24
imóveis, sendo alguns de alto padrão, além do sequestro de 5 empresas.
Até ás 11 horas tinham sido cumpridos mandados de busca e
apreensão nas cidades de Curitiba (3), São José dos Pinhais (PR), Balneário
Camboriú (7), Itapema, Bombinhas, Itajaí (3), Florianopolis (2) e São José (2).
Os mandados de prisão foram cumpridos em Curitiba, Balneário
Camboriú e Florianópolis.
A operação Curto Circuito é resultado de um inquérito
policial instaurado pela DEIC com o objetivo de apurar materialidade, autoria e
circunstâncias de crime de peculato eletrônico, lavagem de dinheiro e
associação criminosa, tendo como vítima a Celesc (Centrais Elétricas de Santa
Catarina), ente pertencente a administração pública indireta do Estado de Santa
Catarina.
De acordo com o que foi apurado, a Celesc celebra contratos
denominados convênios de prestação de serviços, os quais consistem,
basicamente, em cobrar e arrecadar, na fatura de energia elétrica, determinados
serviços prestados pelas empresas conveniadas, diretamente dos consumidores de
energia, ou seja, a Celesc cobra e arrecada, na conta de luz, alguns serviços
de empresas que celebram contratos com a empresa e, após apuração mensal,
repassa os valores, descontando as taxas contratuais.
As investigações revelaram que o funcionário responsável
pelo controle de pagamentos de convênios alterava manualmente, para maior, os
lançamentos de repasses para convênios do sistema comercial da empresa de
distribuição de energia Celesc, cujos pagamentos tinham como beneficiária uma
empresa investigada, sendo que no período investigado, foram feitas 136
alterações a maior, totalizando valores que, corrigidos, somam mais de 17
milhões de reais. Os desvios contra a Celesc ocorreram entre 2009 e 2017.
Além da apuração dos crimes de peculato eletrônico e associação criminosa, a investigação concentrou os esforços no sentido de identificar o caminho do dinheiro desviado e o patrimônio dos investigados. “O objetivo é responsabilizá-los pelo crime de lavagem de dinheiro, mas, sobretudo, para garantir o ressarcimento da vítima, que na prática, é toda a sociedade catarinense, uma vez que os valores subtraídos poderiam ter sido empregados em ampliação e melhorias da rede”, disse o diretor da DEIC, Delegado de Polícia Luis Felipe Fuentes.
Fonte: PC SC