Campo Erê é uma das cidades de SC que mais tem mosquito da
dengue.
Segundo o último boletim divulgado pela Diretoria de
Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE/SC), sobre a situação da
vigilância entomológica do Aedes aegypti e a situação epidemiológica
de dengue, febre de chikungunya e zika vírus, no período de 30 de dezembro de
2018 a 28 de dezembro de 2019, foram identificados 30.029 focos do mosquito Aedes
aegypti em 186 municípios.
Pelo menos 97 municípios de SC são considerados infestados,
o que representa um incremento de 27,6% em relação ao mesmo período de 2018,
que registrou 76 municípios nessa condição.
Em Campo Erê foram localizados 110 focos e três casos
confirmados de dengue importados de outros municípios, sendo dois deles de
Marmeleiro PR e outro do Mato Grosso.
Os focos foram identificados através de armadilhas
espalhadas estrategicamente em vários pontos da cidade e monitorados pela vigilância.
Outros pontos foram averiguados a partir de comunicação
feita por moradores, alguns dos casos a coleta foi encaminhada para o laboratório
afim de verificar se a comprovação se efetiva.
O que é dengue?
Dengue é uma doença infecciosa febril causada por um
arbovírus, sendo um dos principais problemas de saúde pública no mundo. Ela é
transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectado.
A infecção pelo vírus da dengue pode ser assintomática ou
sintomática. Quando sintomática, causa uma doença sistêmica e dinâmica de amplo
espectro clínico, variando desde formas mais leves (oligossintomáticas) até
quadros graves, podendo evoluir para o óbito. Todos os quatro sorotipos do
vírus da dengue circulantes no mundo (DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4) causam os
mesmos sintomas, não sendo possível distingui-los somente pelo quadro clínico.
O termo “dengue hemorrágica” deixou de ser empregado em 2014, quando o Brasil
passou a utilizar a nova classificação da doença, que leva em consideração que
a dengue é uma doença única, dinâmica e sistêmica. Para efeitos clínicos e epidemiológicos,
considera-se a seguinte classificação: dengue, dengue com sinais de alarme e
dengue grave.
Sinais e sintomas
Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre
alta (39° a 40° C) de início abrupto, que tem duração de 2 a 7 dias, associada
à dor de cabeça, fraqueza, a dores no corpo, nas articulações e no fundo dos
olhos. Manchas pelo corpo estão presentes em 50% dos casos, podendo atingir
face, tronco, braços e pernas. Perda de apetite, náuseas e vômitos também podem
estar presentes.
Com a diminuição da febre, entre o 3º e o 7º dia do início
da doença, grande parte dos pacientes recupera-se gradativamente, com melhora
do estado geral e retorno do apetite. No entanto, alguns pacientes podem
evoluir para a forma grave da doença, caracterizada pelo aparecimento de sinais
de alarme, que podem indicar o deterioramento clínico do paciente.
Quadros graves
Sangramentos de mucosas (nariz, gengivas), dor abdominal
intensa e contínua, vômitos persistentes, letargia, sonolência ou
irritabilidade, hipotensão e tontura são considerados sinais de alarme. Alguns
pacientes podem, ainda, apresentar manifestações neurológicas, como convulsões
e irritabilidade.
O choque ocorre quando um volume crítico de plasma (parte
líquida do sangue) é perdido através do extravasamento nos vasos sanguíneos,
ele se caracteriza por pulso rápido e fraco, diminuição da pressão de pulso, extremidades
frias, demora no enchimento capilar, pele pegajosa e agitação. O choque é de
curta duração e pode, após terapia apropriada, evoluir para uma recuperação
rápida; mas, pode também avançar para o óbito, num período de 12 a 24 horas.
Qualquer pessoa pode desenvolver formas graves de dengue já
na primeira infecção, apesar de isso ocorrer com maior frequência entre a 2ª ou
3ª infecção, devido à resposta imune individual. No entanto, crianças,
gestantes e idosos, além daqueles em situações especiais (portadores de
hipertensão arterial, diabetes mellitus, asma brônquica, alergias, doenças
hematológicas ou renais crônicas, doença grave do sistema cardiovascular,
doença ácido-péptica ou doença autoimune), têm maior risco de apresentar
quadros graves de dengue.
Atenção: na presença de sinais de alarme, o paciente deve
retornar imediatamente ao serviço de saúde.
Pessoas que estiveram, nos últimos 14 dias, numa cidade com
a presença do Aedes aegypti ou com a transmissão da dengue e apresentarem os
sintomas citados devem procurar uma unidade de saúde para o diagnóstico e
tratamento adequados.
O que é febre de chikungunya?
É uma infecção viral causada pelo vírus chikungunya, que
pode se apresentar sob forma aguda (com sintomas abruptos de febre alta, dor articular
intensa, dor de cabeça e dor muscular, podendo ocorrer erupções cutâneas) e
evoluir para as fases subaguda (com persistência de dor articular) e crônica
(com persistência de dor articular por meses ou anos). O nome da doença deriva
de uma expressão usada na Tanzânia que significa "aquele que se
curva".
Pessoas que estiveram, nos últimos 14 dias, em cidade com a
presença do Aedes aegypti ou com a transmissão da febre de chikungunya e
apresentarem os sintomas citados devem procurar uma unidade de saúde para o
diagnóstico e tratamento adequados.
O que é febre do zika
vírus?
É uma doença causada pelo vírus zika (ZIKAV), transmitido
pela picada do mesmo vetor da dengue, o Aedes aegypti, infectado. Pode
manifestar-se clinicamente como uma doença febril aguda, com duração de 3 a 7
dias, geralmente sem complicações graves.
Segundo a literatura, mais de 80% das pessoas infectadas não
desenvolvem manifestações clínicas. Porém, quando presentes, caracterizam-se
pelo surgimento do exantema maculopapular pruriginoso, febre intermitente,
hiperemia conjuntival não purulenta e sem prurido, artralgia, mialgia, edema
periarticular e cefaleia. A artralgia pode persistir por aproximadamente um
mês.
Orientações para evitar a proliferação do Aedes aegypti:
- evite usar pratos nos vasos de plantas. Se usá-los,
coloque areia até a borda;
- guarde garrafas com o gargalo virado para baixo;
- mantenha lixeiras tampadas;
- eixe os depósitos d’água sempre vedados, sem qualquer
abertura, principalmente as caixas d’água;
- plantas como bromélias devem ser evitadas, pois acumulam
água;
- trate a água da piscina com cloro e limpe-a uma vez por
semana;
- mantenha ralos fechados e desentupidos;
- ave com escova os potes de comida e de água dos animais no
mínimo uma vez por semana;
- retire a água acumulada em lajes;
- dê descarga, no mínimo uma vez por semana, em banheiros
pouco usados;
- mantenha fechada a tampa do vaso sanitário;
- evite acumular entulho, pois ele pode se tornar local de
foco do mosquito da dengue;
- denuncie a existência de possíveis focos de Aedes aegypti
para a Secretaria Municipal de Saúde;
- caso apresente sintomas de dengue, chikungunya ou zika
vírus, procure uma unidade de saúde para o atendimento.
Fonte: CampoErê.Com