Conhecido como estação das flores, período pode gerar
aumento na ocorrência de crises alérgicas
Setembro marca a chegada da
Primavera, estação que é conhecida pela beleza das flores e também por gerar um
maior número de casos alérgicos, especialmente na população adulta. A liberação
do pólen das flores e a mudança climática são as principais responsáveis por
tornar a estação uma dor de cabeça a quem costuma apresentar problemas
alérgicos como rinite, bronquite, sinusite e asma.
De acordo com Cristiane Passos Dias
Levy, otorrinolaringologista do Hospital Paulista, é frequente na Primavera uma
doença chamada polinose. Trata-se de uma alergia ao pólen, também conhecida
como febre do feno.
“Os tipos de pólen que mais dão
alergia são as gramíneas, ciprestes e pinheiros. Dentre eles, a gramínea azevém
é o principal agente causador da polinose no Brasil”, explica a especialista.
Ainda que esses pólens possam aparecer em qualquer lugar do Brasil, a
frequência é muito maior nos estados da região Sul, bem como em cidades
serranas, como Campos do Jordão (SP) e Monte Verde (MG).
“Em Curitiba, por exemplo, a
prevalência da rinite alérgica persistente é de 12% entre a população em geral.
Entre os adultos, chega a 25%. Já a polinose para gramíneas é de 10% para
adultos e 2% em crianças”, explica Cristiane.
Diferenças entre alergias e Covid-19
Após o isolamento restrito gerado
pela pandemia de Covid-19 em todo o Brasil, diversas cidades passaram a reabrir
parques, permitindo que os cidadãos voltassem a conviver com espaços
arborizados. Para quem tem histórico de alergias, é preciso aumentar os
cuidados, e não apenas em relação ao novo coronavírus.
A médica do Hospital Paulista explica
que os sintomas desse tipo de alergia podem ser confundidos com os de uma gripe
ou de um resfriado. Os pacientes podem apresentar congestão nasal, sucessão de
espirros e coriza.
“O que diferencia, inclusive da
Covid-19, nesse caso, é que as alergias não apresentam febre. Além disso, a
coceira nasal, ocular e na garganta é intensa. Outra característica importante
desse tipo de alergia é a periodicidade anual”, completa.
Cristiane ressalta ainda que os
pacientes com esse tipo de alergia apresentam olhos vermelhos e lacrimejantes.
De 15% a 20% podem registrar acometimento pulmonar, com chiado, falta de ar e
tosse. Por isso, é muito importante recorrer ao auxílio médico especializado
quando os sintomas forem notados. O acompanhamento médico também é essencial.
“Se a pessoa desconfia que em todas
as Primaveras os sintomas pioram, ou entra em crise quando vai para o campo,
ela deve procurar um especialista. Há exames para descobrir a causa da
alergia”, afirma.
“Após descobrir a causa, o ideal é evitar
o contato com o desencadeante. Além disso, existe tratamento medicamentoso e a
possibilidade de uma dessensibilização ao pólen específico. Ou seja, através de
uma vacina, é possível aumentar a resistência do paciente”, completa a
otorrinolaringologista.
Dicas importantes
Além do tratamento e do
acompanhamento médico, quem tem quadros de alergia deve evitar determinadas
situações, principalmente durante a Primavera. “É preciso diminuir a exposição
aos pólens, evitando ida a parques, cortar grama e trabalhos com jardinagem.
Sempre lavar bem os olhos e o nariz, e se andar de bicicleta ou moto é preciso
usar óculos e máscara”.
Ao seguir essas recomendações, a
expectativa é que os episódios alérgicos durante a Primavera diminuam
sensivelmente. No entanto, conforme ressaltou a médica, se o quadro ocorre com
frequência, o auxílio médico poderá indicar tratamentos para diminuir as crises
e aumentar a qualidade de vida do paciente.
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Fonte: Máquina Cohn & Wolfe