Agricultura - 08 de Abril de 2021 - 09h18

​Cidasc inicia monitoramento da cigarrinha-do-milho nas lavouras do estado

Foto: campoere_1.com

A safra 2020/2021 da cultura do milho em Santa Catarina foi marcada por relatos de produtores e profissionais da assistência técnica informando prejuízos, atribuídos ao chamado complexo dos enfezamentos do milho. A cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis) é o inseto-vetor que transmite para as plantas de milho os agentes causais deste complexo, formados pelo enfezamento-pálido (espiroplasma), do enfezamento-vermelho (fitoplasma) e da virose-da-risca.

As doenças transmitidas pela cigarrinha-do-milho não são novidade do estado, contudo, danos como os relatados nesta safra não eram comuns no sul do país, sendo mais frequentes no sudeste e centro oeste.

Mesmo não sendo pragas regulamentadas, devido às proporções nacionais, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa propôs aos estados a realização de um levantamento para a delimitação da ocorrência das pragas. Desta forma, equipes da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina – Cidasc estão visitando propriedades em todas as regiões do estado a fim de identificar a ocorrência tanto do inseto vetor quanto dos enfezamentos.

De acordo com o gestor do Departamento Estadual de Defesa Sanitária Vegetal, Alexandre Mees, o levantamento será composto de duas etapas. “A primeira etapa consiste na coleta de amostras de cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis) até o dia 31 de março, preferencialmente em lavouras com 45 a 60 dias após o plantio, para que sejam analisadas em laboratório a presença de cigarrinhas infectivas, que tem a capacidade de transmitir patógenos associados aos enfezamentos do milho e à virose raiado fino. E a segunda etapa será realizada em abril e maio, com coleta de amostras de plantas sintomáticas naquelas lavouras em que foi indicada a presença de cigarrinhas infectivas”.

Plinio de Castro, presidente da Cidasc, reforça que os técnicos da Companhia já iniciaram os trabalhos de monitoramento do vetor nas plantações de milho no estado. “Não podemos perder tempo. A cultura do milho para Santa Catarina apresenta significativa importância socioeconômica. O milho é matéria-prima fundamental para as cadeias produtivas de aves, suínos e leite. Além do investimento de R$ 24 milhões que será feito pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural para incentivar o cultivo do milho e cereais de inverno em Santa Catarina, precisamos estar atentos e proteger a sanidade das lavouras do estado. Investimento, tecnologia e pesquisa trarão ainda mais competitividade para o agronegócio catarinense”, afirma Plinio.

Alexandre Mees afirma que além desse levantamento, outras ações precisam ser desenvolvidas para mitigar os impactos das doenças do complexo do enfezamento do milho para as próximas safras. “Desde 20 de janeiro, após reunião promovida pela Epagri com entidades do Agro, passamos a compor um comitê interinstitucional com participação da Epagri, Udesc, Ocesc e Cidasc, onde são discutidas as estratégias que podem ser adotadas, considerando os aspectos de produção de milho no estado e a necessidade de medidas de manejo de forma integrada e regional, devido à capacidade migratória das cigarrinhas D. maidis”, disse.

Não foram identificadas medidas isoladas que sejam eficientes para o controle destas pragas. O manejo integrado e regionalizado será o caminho para o combate a estes novos desafios para a produção de milho, conforme recomendações das instituições de pesquisa, como a Epagri.

Está em desenvolvimento pela Cidasc um aplicativo que permitirá aos agricultores e técnicos registrarem a ocorrência destas pragas nas lavouras do estado.

Agricultores de todo o estado de Santa Catarina devem estar atentos e notificar a Cidasc da sua região caso sejam observadas a ocorrência de cigarrinhas- do milho ou os sintomas do complexo dos enfezamentos.. A notificação também pode ser realizada através da Ouvidoria do Estado pelo telefone: 0800-6448500 ou site: www.ouvidoria.sc.gov.br/cidadao.

Fonte: Departamento Estadual de Defesa Sanitária Vegetal

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