Um
carga com 25 galões de agrotóxicos contrabandeados da Argentina foi interceptada
na noite desta sexta feira 11, pela equipe do TOR – Tático Ostensivo Rodoviário
e policia militar de Chapecó, na rodovia
SC 157, já no município de Chapecó.
Durante
a barreira policial, ao dar ordem de parada a um veiculo VW Jetta, com placas
de Chapecó, o condutor fugiu em alta velocidade pela rodovia, adentrando no
bairro Engenho Braun e na sequencia abandonando o veiculo e se evadindo em meio as residências, não
sendo mais localizado.
Ao
vistoriar o veiculo, no porta malas havia 25 galões de herbicidas Paraquat
Sigma, utilizado para de secante de lavouras, de procedência Argentina, de
importação proibida, totalizando 500 litros do produto, avaliado em R$ 90 mil.
O
caso foi entregue na central de policia civil de Chapecó para as providencias.
Saiba mais sobre o produto
O
Paraquat é um herbicida de contato amplamente utilizado na agricultura mundial
desde os anos 60. Os principais motivos para o seu uso agrícola generalizado
são o baixo custo, a grande eficácia e a ausência de efeitos poluentes
cumulativos para o solo.
Entretanto,
a partir dos anos 80, os pesquisadores passaram a identificar numerosos casos
de intoxicação associados à exposição aguda ao Paraquat.
Embora
haja diversos trabalhos científicos verificando a toxicidade à humanos e outros
animais, há outros que não são conclusivos. De qualquer forma, há muitos
indícios de que de fato o Paraquat pode ser um problema à saúde e que
estimularam a proibição do seu uso em diversos países, inclusive no Brasil.
Modo de ação do herbicida
O
Paraquat (1,1`-dimethyl-4,4`-bipyridinium) é um herbicida de contato
não-seletivo, um sal de amônio bi-quaternário. Não existe em estado natural,
sendo sintetizado.
Pertence
à classe dos herbicidas não seletivos de ação não sistêmica, do grupo químico bipiridílio.
Atua
na presença de luz, desidratando as partes verdes de todas as plantas com as
quais entra em contato, após a aplicação a penetração ocorre quase
imediatamente.
O
local de ação do Paraquat é o cloroplasto contendo os sistemas fotossintéticos
das plantas que absorvem a energia luminosa usada para produzir açúcares.
Este
herbicida é conhecido por agir no sistema da membrana fotossintética, chamado
Fotossistema I. Os elétrons livres do Fotossistema I reagem com o íon do
Paraquat resultando na forma de radical livre.
O
oxigênio rapidamente reconverte esse radical e nesse processo produz
superóxido, altamente reativo, que ataca os ácidos graxos insaturados das
membranas, rapidamente abrindo e desidratando as membranas e tecidos das
células.
Geralmente
é comercializado como Gramoxone®, Gramocil®, Agroquat®, Gramuron®, Paraquat®,
Paraquol® e também em misturas com outros princípios ativos, como o Secamato®.
Pode
ser utilizado em pulverização em: a) jato dirigido em culturas estabelecidas;
b) área total antes da semeadura, no sistema de plantio direto; c) dessecação
de culturas.
Possui
registro no Brasil para uso de diversas culturas, como: banana, café,
cana-de-açúcar, citros, maçã, seringueira, algodão, arroz, batata, couve,
feijão, milho, trigo e soja.
Proibição no mundo
Desde
a década de 1980, os riscos apresentados pelos pesticidas tornaram-se uma
preocupação crescente em comunidades internacionais, especialmente nos países
da União Europeia (UE).
studos
indicam que após a exposição aguda a doses letais de Paraquat, a mortalidade
pode ocorrer vários dias após a inalação, assim, foi classificado como
pesticida moderadamente perigoso Classe II pela Organização Mundial da Saúde
(OMS).
Apesar
de sua alta toxidade e numerosas intoxicações, o Paraquat era registrado e
vendido em cerca de 100 países desenvolvidos e em desenvolvimento em todo o
mundo, incluindo os principais mercados agrícolas com alguns dos sistemas
regulatórios mais exigentes como Estados Unidos, Canadá, Austrália, Japão e
Nova Zelândia.
Nos
Estados Unidos, o Paraquat está disponível principalmente na formulação líquida
com diferentes concentrações. Foi classificado como “uso restrito”, o que
significa que só pode ser usado por usuários licenciados. Na UE, o Paraquat foi
proibido desde 2007.
Nos
Estados Unidos, a EPA (Environmental Protection Agency) exige que a cada 15
anos os agrotóxicos devam passar por um processo de revisão do registro. Em
2020, a EPA, em processo de revisão do registro do Paraquat, propôs novas
medidas para reduzir os riscos associados ao seu uso.
Essas
medidas incluem: proibição da aplicação aérea (exceto dessecação de algodão);
proibição da aplicação por pistola pressurizada e pulverizador costal; redução
da taxa máxima de aplicação por área em algumas culturas; uso de cabines
fechadas 24 horas após a aplicação em grandes áreas; entre outras medidas.
Além
disso, o treinamento especializado para aplicadores certificados que usam
Paraquat foi lançado no início de 2020 para garantir que o pesticida seja usado
corretamente.
Proibição no Brasil
No
ano de 2017, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) resolveu,
através da RDC nº 177, 21 de setembro de 2017, pelo banimento do ingrediente
ativo paraquat, mas concedeu três anos de prazo para a transição.
O
prazo foi uma forma de minimizar os impactos econômicos e agronômicos da
medida, considerando, principalmente, a alta eficiência do produto e o seu
baixo custo.
Segundo
a Anvisa, os riscos decorrentes da utilização do produto poderiam ser a
mutagenicidade e a doença de Parkinson. Mas restringem-se aos trabalhadores que
manipulam o produto, a população em geral não está suscetível à exposição pelo
consumo de alimentos.
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Fonte: CampoErê.Com