Catarinense de Cunha Porã, no
Oeste do Estado, Íria Sponholz hoje lidera a equipe de execuções de um dos
navios mais luxuoso do mundo, o Regent Seven Seas Explorer, que atracou há
poucos dias em Miami para a temporada 2017 no Caribe. Lançado em julho, em
Monte Carlo, Mônaco, tendo como madrinha a princesa Charlene, o navio foi
projetado para 750 passageiros atendidos por uma equipe gerenciada por Íria,
que atua no grupo há sete anos e é única tripulante brasileira no navio de
luxo.
– Passo pelo menos oito meses do
ano a bordo e trabalho em média 10 horas por dia. Brincamos que aqui todos os
dias são segunda-feira! Mas tenho muito orgulho de ser uma embaixadora de Santa
Catarina e do Brasil neste navio – compartilhou a poderosa de 44 anos.
Quais são as maiores saias
justas que já enfrentou em um cruzeiro?
São sempre mais relacionadas à
logística. Tudo está organizado para
chegar a um determinado porto e ancorar, mas se o mar está agitado e a operação
não é segura, cancelamos o desembarque e vamos ao próximo e já sabemos que
teremos pouco tempo para preparar e organizar as excursões. No Alaska, o
desafio são os voos de helicóptero. Se o não tempo não está bom, o tour é
cancelado e o desafio é conversar com o passageiro que se programou e sonhou em
fazer o voo nos glaciares. Pessoalmente, minha maior saia justa foi quase ter
perdido o navio em um porto. Cheguei na hora que estavam recolhendo o gangway
(escada que dá acesso ao navio).
Qual são os lados bom e o ruim
de viver no mar?
O meu trabalho me proporciona
conhecer o mundo, e essa é uma parte muito boa. Fui a lugares que nunca
imaginei visitar, como as pirâmides do
Egito, o Mar Morto e Jerusalém, por
exemplo. O lado complicado é estar longe da família, dos amigos. Especialmente
no Natal o coração aperta. Sinto muita falta dos meus sobrinhos. Cada vez que
chego em casa eles estão maiores, ficando adolescentes. Lembro com muito
carinho quando meu sobrinho estava na escola e contou aos amiguinhos que a tia
morava num navio e da janela do quarto via os peixinhos! A professora achou que
ele estava inventando e chamou minha irmã para conversar. Adoro passar minhas
férias em Florianópolis, onde meus irmãos moram e passar uns dias no sítio dos meus
pais, em Cunha Porã.
O brasileiro recentemente tem
tido mais acesso a esse tipo de viagem. Dá pra identificar de longe um
brasileiro a bordo?
O brasileiro é alegre, contagiante e
participativo. Fala com todo mundo e é bem quisto por todos.
Laura Coutinho
Fonte: Diário Catarinense