Faleceu na madrugada
desde domingo 21, vitimado pelo covid-19 o empresário campoere_1nse Santino
Gomes.
O filho de Santinho jornalista, Sandro Gomes, revelou em redes sociais os passos de seu pai, que foi
um dos pioneiros das industrias de alumínio em Francisco Beltrão.
Santino Gomes morava em
Campo Erê SC desde 2000, mas teve atuação muito importante no setor que hoje é
referência em Francisco Beltrão.
Foi ele que produziu o primeiro balde de
alumínio em Francisco Beltrão, em 16 de dezembro de 1985, na Belmar.
Hoje o setor de alumínios tem mais de 100
empresas e gera mais de 2.200 empregos diretos no Sudoeste do Paraná.
Emocionado, Sandro,
escreveu um histórico do pai e noticiou o falecimento em sua página no
Facebook: “Dono de uma saúde de ferro, seu Santino Gomes, a quem tenho a honra
de chamar de pai, acreditava que pudesse encarar ou transpor qualquer obstáculo
que a vida lhe apresentasse.
Em sua simplicidade,
dizia que uma cachacinha com mel ao dia seria o suficiente para livrá-lo do
maior algoz que já encontrou.
Mas às 21 horas deste
sábado ele reconheceu sua impotência ante ao vírus.
Numa frase simples,
disse que sempre foi um homem forte, mas que agora havia encontrado algo ainda
mais forte que ele. Minutos após foi levado às pressas à UTI do Hospital São
Bráz, em União da Vitória, onde o maior guerreiro que já conheci lutou seu
último combate. Às 3h25 da madrugada deste domingo, 21 de fevereiro de 2021,
fechou os sofridos olhos pela última vez.
Pioneiro da indústria do alumínio do Sudoeste
do Paraná, nos anos 80 seu Santino montou a Samar Indústria de Artefatos de
Alumínio, em sociedade com alguns amigos, entre eles Belmiro Ecker, Alcides
Rinaldi e Chico Martini.
Era a primeira fábrica
de alumínio de Francisco Beltrão, que hoje é um pólo nacional do segmento, com
centenas de indústrias e milhares de empregos gerados a partir da sementinha
por ele plantada.
Natural de Cruz
Machado, no Paraná, seu Santino nasceu no dia 3 de março de 1938. Aos treze
anos morava sozinho no meio do mato, derrubando pinheiros para sobreviver. Aos
15 conseguiu seu primeiro emprego, no Miguel Forte Madeireira.
Seu orgulho era receber
salário de maior, mesmo sendo menor de idade. Mudou com minha mãe, dona
Zenilda, em saudosa memória e minhas irmãs Mariluci, também in memorian e
Maristela, em 1968. Seis anos mais tarde nasci.
Seu Gomes tinha a
certeza que chegaria aos 100 anos com tranquilidade. E chegaria, não fosse um
microrganismo chamado corona. Nunca o vi adoecer. Mesmo no leito do hospital,
dizia não sentir dor alguma. Apenas a falta de ar, cada vez mais gritante e
apavorante. Tive a graça de cuidar dele em seus últimos quatro dias de vida,
isolado no quarto 21 do hospital. Um período em que rememoramos muitas
passagens de nossas vidas, especialmente de nossa família. Acreditava piamente
que seu Santino iria superar mais este desafio. E ele também. Infelizmente, não
o veremos mais sorrindo. Não o veremos mais dançando como se fosse um menino.
Não ouviremos mais seus conselhos, suas anedotas, tampouco suas lindas e
empolgantes histórias.
Descanse em paz meu
pai. Ficamos aqui com seu legado de luta, de alegria, como nesta foto, no
casamento de sua neta Mariana, em novembro de 2019. Lamentamos não ter a chance
de realizar uma cerimônia de despedida. Mas Deus sabe o que faz e nele
acreditamos. Na esperança que este mal se dissipe o mais breve possível,
clamamos a Deus para que o receba em seus braços. Vai com Deus seu Gomes!”
Por Adolfo Pegoraro
Fonte: CampoErê.Com