
Associação
de criadores da raça reconhecida pelo Mapa há 8 anos está promovendo
recadastramento dos animais puros ou cruzados para avaliação genética
Os
atributos do gado de corte purunã vêm ganhando o reconhecimento e atraindo cada
vez mais criadores de diversas regiões do país. A raça, genuinamente
paranaense, foi desenvolvida por pesquisadores do antigo Instituto Agronômico
do Paraná (Iapar), atual Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná
(IDR-Paraná), e foi oficialmente reconhecida há apenas oito anos.
O
pecuarista Marcos Ottoni Almeida, por exemplo, conheceu a raça em um dia de
campo realizado em Ponta Grossa (centro-sul do Paraná) e adquiriu um touro
purunã no fim de 2022 para iniciar cruzamentos na propriedade que mantém em
Guaratinguetá, São Paulo. “Fiquei impressionado com os animais”, conta.
As
primeiras 33 crias resultantes do touro estão agora em fase de desmame. “Estou
muito contente com o reprodutor e com os bezerros, que vem demonstrando um
desenvolvimento muito rápido”, relata.
Atual
presidente da Associação dos Criadores de Purunã (ACP), Erlon Pilati, que
introduziu a raça em Mato Grosso e tem propriedade no município de Sapezal,
também destaca o desenvolvimento acelerado dos animais. “Um bezerro com sangue
purunã alcança a desmama com 20% a 25% mais peso que uma cria de rebanho
convencional. É mais dinheiro no bolso do pecuarista com o mesmo custo de
produção”, contabiliza.
Pilati
ainda destaca como características da raça a precocidade (os animais atingem
antes a idade para reprodução e abate), adaptabilidade e rusticidade em
diferentes regiões do Brasil, habilidade materna e carne macia e suculenta.
O
presidente da ACP informa que a entidade está promovendo um amplo
recadastramento dos animais purunã, puros ou cruzados, para uma detalhada
avaliação genética. “É um pente-fino para saber exatamente a dimensão e
qualidade do rebanho; um projeto de identificação genética que nos permitirá
ganhar dez anos de evolução em apenas dois anos”, relata.
A
estratégia foi discutida recentemente com o diretor-presidente do IDR-Paraná,
Richard Golba. “A identificação genética vai assegurar mais assertividade na
realização de cruzamentos para transmissão aos descendentes de determinadas
características desejáveis dos genitores”, aponta.
Atualmente,
a ACP conta com 32 associados espalhados por diferentes estados do Brasil.
Embora o Paraná ainda concentre cerca de 40% dos exemplares da raça, há
rebanhos de purunã em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Piauí, Tocantins e
Rondônia. São aproximadamente 12 mil animais registrados no território
nacional, um crescimento contínuo e sólido, classifica a entidade.
Pesquisa
Purunã é
a primeira raça de bovino para corte desenvolvida no Paraná. “É uma conquista
que orgulha os paranaenses, uma contribuição significativa para a cadeia
produtiva de carne no Brasil que ressalta a importância do aparato estadual de
ciência e tecnologia voltado à agropecuária”, afirma Golba.
Foi
oficialmente reconhecida pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) em
2016, que também credenciou a Associação de Criadores de Purunã para fazer o
controle genealógico, procedimento que atesta a origem dos animais, seus
ascendentes e descendentes, e sua conformidade com os padrões zootécnicos da
raça.
No jargão
técnico, trata-se de um bovino composto, pois obtido do cruzamento entre
diferentes raças — charolês, aberdeen angus, caracu e canchim. Até ser
finalizado e reconhecido pelo Mapa, foram quase quatro décadas de cruzamentos e
seleções controladas para agregar ao purunã os melhores atributos de cada
estirpe utilizada na sua formação.
Caracu e
canchim transmitiram rusticidade, tolerância ao calor e resistência aos
carrapatos. Charolês contribuiu com o rápido ganho de peso, carcaça de grande
rendimento e elevado porcentual de carnes nobres, enquanto o Angus deu
precocidade, tamanho adulto moderado e temperamento dócil, além de alta
qualidade do marmoreio na carne.
Destaca-se
ainda a habilidade materna e boa produção de leite das vacas purunã,
características importantes para o manejo dos rebanhos herdadas de caracu e
angus.
Origem do
nome purunã
O nome
presta uma homenagem à Serra do Purunã, que separa o primeiro do segundo
planalto do Paraná e está situada não muito longe da Estação de Pesquisa
Fazenda-Modelo, localizada em Ponta Grossa, local onde foram realizados todos
os estudos, cruzamentos e seleções dos rebanhos que resultaram na nova raça.
Siga
o portal pelas redes sociais
Seja você um repórter do portal
mande sua informação pelo Whats 49 9 91 040458
Instagram: https://www.instagram.com/portalcampoere/
Telegram: https://t.me/CampoEreCom
No Facebook https://www.facebook.com/portalcampoere/
No Youtube: https://www.youtube.com/@portalcampoere
WhatsApp receba as informações simultâneas através do canal
WhatsApp receba as informações simultâneas através do canal clique aqui