Estudo da OMS aponta que a combinação de alta temperatura da água com o herbicida usado no cultivo da erva-mate podem ser agentes cancerígenos
As opiniões sobre o material
são divergentes. Ao analisar o estudo, o oncologista do Instituto do Câncer do
Sistema de Saúde Mãe de Deus, Stephen Stefani, aponta que há evidências
científicas nítidas de que a associação da alta temperatura da água com
herbicidas da erva-mate aumentam os riscos de câncer no esôfago, no estômago e
na boca. O herbicida apontado no estudo é o glifosato, utilizado no cultivo da
erva-mate para matar a vegetação que cresce ao redor da planta.
Sem abrir mão
O oncologista alerta que há
uma quantidade regulamentada pelo Ministério da Saúde de herbicida para cada
produto. Porém, admite que é muito pouco provável que o consumidor tenha acesso
a esta informação. Mesmo assim, acredita que vale o esforço de buscar uma marca
de confiança e, principalmente, não tomar a bebida quente demais e evitar o excesso.
– Se aquele consumidor toma
chimarrão a uma temperatura que só ele consegue beber, é porque está muito
quente. Neste caso, é prudente que ele mude seus hábitos. O mesmo vale para
aqueles que tomam chimarrão várias vezes ao dia – aconselha.
Mesmo que seja pertinente a
recomendação de se evitar excessos, o estudo não diz que o chimarrão deve ser
evitado, diferentemente do cigarro, por exemplo, em que há uma recomendação
clara da OMS para não ser consumido.
– O gaúcho não precisa ficar
com medo, não é uma evidência científica forte para se abrir mão do hábito –
ameniza Stephen.
Para a oncologista e
coordenadora do Centro de Prevenção de Câncer da Santa Casa de Porto Alegre,
Alice de Medeiros Zelmanowicz, o estudo da OMS não avança em relação às classificações
que a organização já havia feito em 1991, quando apontou que a erva-mate
poderia ter ligações com o câncer de boca. Alice alerta que as evidências
apontadas são frágeis e que elas não justificam mudanças de hábito:
– Não existe evidências
científicas suficientes, o que causa câncer de boca, por exemplo, é cigarro e
álcool.
Herbicida facilita o cultivo
da erva-mate
Em meio à carência de mão de
obra no campo, o presidente da Associação dos Produtores de Erva-mate do Alto
Uruguai (Aspemate), Ilário Poleto, reconhece que o uso do glifosato facilita o
trabalho na lavoura, substituindo a roçada. Porém, afirma que já há produtores
que estão substituindo a prática com o uso de roçadeiras e trator.
A Emater-RS confirma que a
prática é comum nas lavouras de erva-mate do Rio Grande do Sul e em outras
culturas também. Ressalta, porém, que não existe uma recomendação técnica de
utilização do glifosato. A entidade recomenda a utilização de práticas que não
tenham impacto ambiental, como a roçada mecânica.
Para o consumidor, é o preço
que assusta
Em uma das tradicionais lojas
de erva-mate do Mercado Público da Capital, foi notada uma queda nas vendas nos
últimos tempos. Porém, segundo o sócio-gerente do estabelecimento, Roberson
Groff, 43 anos, mais do que qualquer evidência de perigo à saúde, é o preço que
está assustando o consumidor. Roberson lembra que, nos últimos dois anos, o
preço da erva-mate subiu cerca de 150% e conteve os hábitos de muitos clientes.
– Vendia o kg a R$ 6, agora
está a pelo menos R$ 12, R$ 13 – explica.
Ele próprio, que tem o hábito
do chimarrão desde criança, garante que não deixaria de tomar mesmo se fosse
provada alguma ligação direta com o câncer. Apaixonado pela bebida, garante que
tem cuidados com a temperatura do mate. O segredo, conta ele, é fazer com o bebida
fique entre 70° e 75° C, ou seja, logo antes de começar a ferver:
– Tomo os dias de manhã cedo,
mas tenho esse cuidado.
O vendedor Carlos Eduardo
Silveira de Lima, 39 anos, é daqueles que toma chimarrão o dia inteiro. Para
ele, a bebida é uma companhia tanto em casa quanto no trabalho.
– Aqui na loja, o chimarrão
fica o dia inteiro no balcão, tomamos a toda hora. É um hábito que tenho há
mais de 20 anos – reconhece
Desde que se tenha confiança
na origem da erva, sim. Vale lembrar que todo alimento e produto de consumo sem
herbicidas é melhor para a saúde. Porém, precisa ser bem conservado e consumido
no seu prazo de validade. Em supermercados, é possível encontrar o quilo da
erva-mate orgânica a R$ 12. No Mercado Público, um quilo custa R$ 16.
Números de casos no RS
– O Rio Grande do Sul lidera,
proporcionalmente, os casos de câncer de esôfago no Brasil. São 18,90 casos
para cada 100 mil homens e 6,82 casos para cada 100 mil mulheres.
– No câncer da cavidade oral,
ocupa a quinta posição no Brasil entre os homens (15,49 casos para cada 100
mil) e a 11ª posição entre as mulheres (3,40 casos para cada 100 mil).
– Já quanto ao câncer de
estômago, fica na oitava posição no Brasil entre os homens (14,30 casos para
cada 100 mil) e na quinta posição entre as mulheres (8,43 casos para cada 100
mil).
O presidente do Conselho Municipal
dos Direitos da Criança e do Adolescentes – CMDCA e Conselho Municipal de
Assistência Social – CMAS de Campo Erê, Nelson Tresoldi, protocolou no ultimo
dia 27 de Maio, no Ministério Publico da Comarca de Campo Erê, um pedido de cassação
dos vereadores da Câmara Municipal de Campo Erê, baseado no parecer contrario à
aprovação da criação de empregos públicos, através do Consorcio Intermunicipal
do Rio Sargento, estipulado conforme TAC Termo de Ajustamento de Conduta, entre
o MP e os municípios componentes, para a manutenção do abrigo de crianças e
adolescentes.
No documento constam várias
fundamentações pelo qual acredita que os vereadores que votaram contra o
projeto, infringiram princípios constitucionais de interesse publico em defesa
de políticas publicas voltadas as crianças e adolescentes em situação de risco
e violência.
O documento cita ainda que o
voto foi rancoroso, de violência contra as crianças, cerceando os seus direitos
fundamentais e que caracteriza a falta de decoro parlamentar pela pratica de atos
em desacordo com a dignidade, honradez, decência e em oposição às normas morais
do povo, cabendo no seu entendimentos a punição com a cassação do mandato, a
fim de preservar a moral do legislativo, pois se tratam de representantes do
povo, independente da sigla partidária que representam.
Dentro do que entende o
Conselho, a função legislativa é o de legislar aquilo que representa a vontade e
o interesse publico, e não aquele apequenado do interesse de grupos, sejam eles
políticos ou não, que fogem da moralidade e da legalidade. “Ao Vereador cabe o
papel de legislar sobre assuntos de interesse local, observados os princípios
constitucionais e da legislação federal ou estadual, e exercer o seu poder de
fiscalização para o cumprimento das mesmas, não lhe cabe o direito de
intromissão nos atos administrativos do executivo.
Ele relata ainda que a Câmara
cabe legislar sobre a matéria e posterior fiscalização em obediência aos
dispositivos constitucionais.
Fonte: Fonte: Instituto Nacional do Câncer (Inca) ZH - Zero Hora